6 tratamentos para alopecia areata

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A alopecia areata é uma condição que se caracteriza pelo surgimento de falhas que formam áreas lisas e arredondadas no couro cabeludo. 

Apesar de ser mais comum na região dos cabelos, este problema pode afetar os pelos de outras regiões do corpo, como sobrancelhas, barba, pernas e braços.

Por esta razão, se você apresenta áreas lisas e sem pelos, acompanhe a leitura desse artigo para entender melhor sobre a alopecia areata, suas causas, tratamentos e outras condições que podem levar a quadros semelhantes.

Lembrando que este conteúdo é informativo e não substitui a avaliação e o diagnóstico feito por um médico dermatologista.

Quais são as causas da alopecia areata?

A alopecia areata é um tipo de doença autoimune. Ou seja, a própria imunidade do organismo gera um processo inflamatório contra os folículos (raiz do cabelo) que produzem a haste capilar, levando, assim, à queda do pelo. 

Além disso, atualmente, existem dados concretos que mostram uma predisposição genética para o desenvolvimento da alopecia areata e acredita-se que fatores externos, como o estresse e infecções, podem funcionar como gatilho para o surgimento das lesões. Porém, ainda não são conhecidos todos os fatores que levam ao desenvolvimento da doença. 

É comum que as pessoas com alopecia areata relatem que passaram por situações estressantes logo antes do surgimento das falhas, contudo não podemos afirmar que o estresse seja fator causal isolado da alopecia areata.

Quais são os sintomas da alopecia areata?

Geralmente, a pessoa com alopecia areata apenas percebe a presença de uma ou algumas áreas lisas (sem cabelo) no couro cabeludo ou em outra parte do corpo. Essa costuma ser a única manifestação da doença. 

Outros sintomas como dor, ardência ou coceira não são habituais. 

A alopecia areata tem cura?

Antes de responder essa pergunta, nós queremos explicar que, aproximadamente, 2% da população apresentará algum episódio de alopecia areata ao longo da vida. 

Na maioria das vezes, a doença restringe-se a pequenas áreas e apresenta regressão espontânea entre 6 a 12 meses. Inclusive, é importante ressaltar que 50% dos pacientes apresentam melhora espontânea do quadro de areata em até 6 meses após o surgimento das falhas. Em um ano, esse número pode chegar a 70%.

Entretanto, em alguns casos, esta condição pode ser mais persistente. Indivíduos com alopecia areata crônica podem apresentar falhas permanentes ou as áreas lisas podem melhorar e surgir novamente com o passar do tempo. 

Em casos mais raros, as falhas podem progredir para grandes áreas, acometendo todo o couro cabeludo (alopecia total) ou todos os pelos do corpo (alopecia universal). 

Quais são os tratamentos para alopecia areata?

Hoje existem diversos tratamentos disponíveis para a alopecia areata. E, a escolha do melhor tratamento dependerá, basicamente, da extensão do quadro. 

  1. Corticóides

A maioria das pessoas com alopecia areata possui um comprometimento pequeno do couro cabeludo e, nestes casos, a resposta ao tratamento é muito boa.

Para pequenas áreas, geralmente utiliza-se tratamentos locais com corticosteróides. 

Eles podem ser aplicados em pequenas injeções na região a ser tratada. Essas sessões são realizadas no consultório do dermatologista com intervalo de 3 a 6 semanas. 

Os corticóides podem ser utilizados na forma de líquido ou gel, que o próprio paciente aplica em casa. 

Os corticóides também são utilizados no tratamento de casos mais extensos ou refratários, mas, nestes casos, muitas vezes o tratamento por via oral é o mais indicado.

Assista ao vídeo sobre os efeitos colaterais dos corticóides.

  1. Antralina

A antralina é um medicamento que, no Brasil, só está disponível para manipulação. Geralmente ela é manipulada em creme para aplicação nas áreas com falhas. 

A antralina deve ser aplicada diariamente, seguindo a recomendação do dermatologista. Normalmente, o paciente deve aplicar o produto e deixá-lo agir por 30 minutos. Após esse período é necessário lavar o local.

  1. Difenciprona

A difenciprona é um medicamento de uso local que gera uma inflamação na pele. O objetivo dessa inflamação é “desviar” a inflamação que a alopecia areata está causando no folículo. A concentração do medicamento deve ser ajustada de maneira muito gradual para evitar quadros inflamatórios muito intensos. Geralmente ela é utilizada para casos mais extensos e de longa duração. 

  1. Minoxidil

O minoxidil é uma substância muito utilizada no tratamento da queda de cabelo, uma vez que o fármaco estimula o nascimento e prolonga o período de crescimento dos fios, a fase anágena. Porém para tratamento da alopecia areata, ele é apenas um adjuvante e geralmente não é utilizado de maneira isolada. 

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  1. Imunossupressores

Esse grupo de medicamentos é utilizado geralmente por via oral e é reservado para casos mais extensos. Eles diminuem a inflamação na raiz do cabelo que leva à queda dos fios. Eles devem ser usados com cuidado devido ao risco de efeitos adversos. Os medicamentos mais utilizados dessa classe são o metotrexato, azatioprima e ciclosporina. 

  1. Inibidores de JAK

Apesar dos Inibidores da JAK não terem sidos desenvolvidos com o propósito de tratar a alopecia areata, o uso desses medicamentos de modo “off label” para o tratamento de alguns casos de areata apresentou resultados muito interessantes. 

Saiba mais sobre o uso de inibidores da JAK no tratamento da areata.

Nas primeiras descrições do uso destes medicamentos, alguns pacientes que já não possuíam nenhum pelo no corpo, condição conhecida como Alopecia Areata Universal, obtiveram repilação total, voltando ao volume normal dos cabelos.

Desde então, vários estudos foram publicados sobre o tema, a maioria com o Tofacitinibe (droga de primeira geração), o que resultou em um conhecimento muito mais amplo sobre o uso desses medicamentos. Porém, esses estudos não demonstravam com precisão a taxa de eficácia. 

Recentemente, novos medicamentos dessa classe têm sido avaliados para tratamento da areata em estudos especialmente desenhados para essa finalidade. Entre as novas drogas estão o Ritlecitinibe, Brepocitinibe e o Baracitinibe. Inclusive, esse último acabou de receber aprovação do FDA (órgão regulatório dos Estados Unidos semelhante à ANVISA) para tratamento da alopecia areata. 

É importante ressaltar que todos esses medicamentos são reservados para casos extensos e podem apresentar importantes efeitos colaterais associados. Além disso, nenhum deles pode ser considerado como um tratamento definitivo para a areata, pois, existe grande chance de recidiva após o medicamento ser suspenso. 

Sendo assim, antes de iniciar qualquer tratamento para alopecia areatam, é fundamental que você faça uma avaliação com o seu dermatologista, uma vez que os possíveis benefícios e potenciais riscos do tratamento são individuais e devem ser muito bem discutidos entre médico e paciente.

Recentemente a Sociedade Brasileira de Dermatologia publicou um consenso voltado a médicos dermatologistas com orientações terapêuticas para alopecia areata. Acesse aqui.

Clique aqui para acompanhar nossos vídeos sobre alopecia areata.

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Dr. Paulo Müller Ramos

Dr. Paulo Müller Ramos

Dermatologista | CRM/PR: 21646 | RQE: 182

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