Calvície: sinais, diagnóstico e tratamentos

A calvície, nome popular para a alopecia androgenética, é a principal causa de perda capilar em homens e mulheres, causando, um grande impacto na autoestima e qualidade de vida dessas pessoas. 

Cerca de 70% dos homens vão apresentar algum grau de calvície até atingir os 80 anos de idade. Muitas pessoas acreditam que o processo de calvície seja raro na mulher, mas isso não é verdade. Um terço das mulheres adultas apresentam algum grau de calvície. 

Se você está preocupado com a queda de cabelo e com a possibilidade de desenvolver alopecia androgenética, continue lendo esse artigo para entender melhor sobre os sinais, diagnóstico e tratamento disponíveis para a calvície tanto em homens, quanto em mulheres.

Os principais sinais de calvície no homem e na mulher

Se você tem notado aumento dos fios no ralo do banheiro, no travesseiro, na escova, nas roupas ou até mesmo uma mudança na espessura dos cabelos, fique atento, pois você pode estar sofrendo de calvície.

Assim, é fundamental reconhecer os sinais e as diversas manifestações desta condição, bem como procurar a orientação de um dermatologista para que o profissional possa avaliar o seu caso e, se for necessário, indicar o tratamento mais adequado.

Sinais de calvície nos homens

Nos homens, os primeiros sinais de calvície costumam manifestar-se na idade adulta, embora em alguns casos seja possível perceber os sinais em idades mais precoces.

Geralmente, a calvície nos homens começa com o surgimento das famosas “entradas”, mas também pode ocorrer perda capilar na região da coroa ou mesmo um afinamento com diminuição difusa do volume dos cabelos na região superior da cabeça. 

Entretanto, é preciso ressaltar que a velocidade e a intensidade da progressão da calvície é muito variável e, em alguns casos, pode ocorrer evolução para calvície plena em poucos anos.

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Também é preciso esclarecer que a evolução para calvície é geneticamente determinada.  

Os homens que têm predisposição genética apresentam os folículos pilosos (raiz do cabelo) sensíveis à ação do hormônio dihidrotestosterona. Progressivamente o hormônio leva à miniaturização e à atrofia do folículo e o cabelo não é mais produzido. 

Outros fatores como estresse e déficits alimentares podem contribuir para evolução do processo, mas não são determinantes. Além disso, é importante reforçar que o uso de gel de cabelo, boné e capacetes não se relacionam com a evolução da alopecia androgenética masculina.

Sinais de calvície nas mulheres

As “entradas”que caracterizam o início da calvície em muitos homens não é comum nas mulheres. Na calvície feminina, é possível observar uma rarefação mais difusa dos cabelos, principalmente na região superior do couro cabeludo.

Muitas vezes, a mulher percebe a rarefação ao dividir o cabelo ao meio, o que deixa a área de divisão mais aparente e o couro cabeludo mais evidente.

Além disso, é possível perceber um menor volume de cabelos ao amarrá-los para trás, notando-se, inclusive, a necessidade de dar mais voltas no elástico para fazer o penteado.

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Geralmente, essa condição se desenvolve de maneira lenta e gradual. Por isso, algumas mulheres só buscam ajuda e orientação médica quando apresentam uma perda muito intensa de cabelo. Quando a mulher consegue observar o couro cabeludo por entre os fios, ela já perdeu, provavelmente, mais da metade do volume de cabelo.

Além destes pontos que mencionei acima, é importante ressaltar que no caso de calvície feminina, a mulher não perde todos os fios de cabelo como é comum na alopecia masculina. Nas mulheres, uma característica marcante é o afinamento dos fios de cabelo.

Por isso, é essencial que você, mulher, fique atenta ao afinamento do cabelo e busque tratamento médico adequado assim que surgirem os primeiros sinais para que este processo não evolua ao longo do tempo.

Diagnóstico da alopecia androgenética em homens e mulheres

O diagnóstico da alopecia androgenética é clínico.

Para chegar ao diagnóstico de alopecia androgenética, o seu dermatologista faz uma avaliação completa do seu histórico, da predisposição genética e principalmente do padrão clínico de perda capilar.

É fundamental realizar o exame conhecido como tricoscopia digital que é realizado com uso do dermatoscópio geralmente acoplado a uma tela que permite a visualização detalhada das estruturas dos fios de cabelo e do couro cabeludo.

Com a tricoscopia é possível avaliar diversos aspectos do couro cabeludo, como formato, calibre, pigmentação e integridade dos fios, bem como descamação e alergias, o que auxilia na identificação da calvície masculina e feminina.

Observe na figura um couro cabeludo normal à esquerda (B) e de uma pacientes com calvície feminina à direita (A). 

Tricoscopia

Opções de tratamento da calvície masculina e feminina

Hoje, existem algumas opções de tratamento para a calvície masculina e feminina, sendo importante iniciar o tratamento assim que forem identificados os primeiros sinais de alopecia androgenética.

  1. Minoxidil

O minoxidil é uma substância muito utilizada no tratamento da queda de cabelo, uma vez que o medicamento estimula o nascimento e prolonga o período de crescimento dos fios.

Ele pode ser encontrado tanto na versão tópica, quanto na versão oral e ambas apresentam bons resultados no tratamento da calvície.

O minoxidil tópico age diretamente na raiz do cabelo e, por isso, a aplicação deve ser feita diretamente no couro cabeludo.

A concentração mais habitual é de 5%. Normalmente, os homens devem aplicar a substância 2 vezes ao dia, respeitando o intervalo mínimo de 4 horas. Já as mulheres, geralmente usam o minoxidil apenas 1 vez ao dia. 

Em relação à quantidade a ser aplicada, a recomendação inicial é de 1 ml por aplicação, o que equivale a 6 borrifadas. 

Entretanto, é preciso esclarecer que a frequência do uso pode variar de pessoa para pessoa, sendo fundamental a avaliação do médico especialista para que o profissional possa prescrever a frequência ideal de acordo com as suas necessidades.

Já o minoxidil oral deve ser utilizado em doses baixas (máximo de 5 mg ao dia) a fim de evitar alterações significativas na pressão arterial.

É importante que você saiba que o minoxidil oral em baixa dose ainda é uma novidade para o tratamento da queda capilar. Diversas doses foram avaliadas, porém com base nos estudos que temos até o momento, ainda não é possível afirmar qual a dose ideal de tratamento. 

Para mulheres, a dose inicial varia de 0,25 a 1mg ao dia e para homens de 1 a 5 mg ao dia. 

Tanto a tolerabilidade quanto o efeito na melhora dos cabelos podem variar muito entre indivíduos. Por isso, o tratamento deve ser individualizado e sempre realizado sob acompanhamento de um médico dermatologista.

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Minoxidil oral: 6 dúvidas frequentes sobre o tratamento.

Além disso, é preciso deixar claro que os resultados não são rápidos, ficando mais evidentes a partir do quarto mês de tratamento, sendo importante manter o tratamento por períodos prolongados.

  1. Finasterida

A finasterida é um comprimido que deve ser tomado diariamente e, no caso da calvície masculina, isoladamente apresenta melhor resultado que o minoxidil, especialmente no longo prazo. 

Para os homens, a dose diária de finasterida costuma ser de 1 mg.

Nas mulheres, os primeiros estudos mostraram que a dosagem de 1mg por dia não apresentava benefícios no tratamento da alopecia androgenética. Posteriormente, foram realizados estudos com doses variando entre 2,5 mg a 5 mg que mostraram algum benefício para mulheres, mas infelizmente não tão consistentes como nos homens. Para mulheres, o uso da finasterida é off-label (não tem indicação de bula) e deve haver especial atenção com a possibilidade de gravidez, pois ela pode gerar problemas no feto. 

  1. Dutasterida

A dutasterida é um medicamento muito semelhante à finasterida, porém mais potente. Ela costuma ser usada nos pacientes que não apresentaram resultado satisfatório com a finasterida. 

Também é off-label para mulheres. 

  1. Antiandrogênicos (Espironolactona/Ciproterona/Bicalutamida)

Esses medicamentos podem ser utilizados no tratamento da calvície feminina por bloquear a ação dos hormônios masculinos, que também existem na mulher em menor quantidade, na raiz do cabelo. Eles não devem ser utilizados em homens. 

Todas essas medicações também são off-label para tratamento da calvície e é fundamental o acompanhamento médico na prescrição. Nenhuma delas é segura para uso no período gestacional. 

  1. MMP Capilar

MMP, sigla de microinfusão de medicamentos na pele, é uma opção de tratamento capilar que visa levar os princípios ativos diretamente ao couro cabeludo, a fim de estimular o crescimento de novos fios e engrossar os fios que já existem na região.

A MMP é feita com um dispositivo que possui uma ponteira com várias micro agulhas que penetram o couro cabeludo de maneira superficial.

Essas múltiplas microperfurações permitem a distribuição do medicamento de maneira uniforme em toda a área que deve ser tratada, além de tornar a absorção dos medicamentos mais rápida, uniforme, precisa e segura.

A MMP é indicada para o tratamento da calvície tanto no homem como na mulher. Áreas que já ficaram completamente lisas pelo processo de calvície não melhoram com a MMP. Nesses casos, a melhor opção é o transplante capilar. 

Idealmente o tratamento com MMP não deve ser realizado de maneira isolada, mas associado ao uso dos medicamentos em casa. 

  1. Transplante capilar

Para muitos pacientes com calvície, o transplante capilar pode ser uma ótima opção de tratamento, já que ele permite a restauração até mesmo das áreas completamente calvas, levando ao resgate da autoestima e autoconfiança que podem estar muito abaladas pela falta dos cabelos. 

O transplante capilar é um procedimento muito seguro, com resultados duradouros e satisfatórios. 

No dia do transplante, as unidades foliculares (estruturas que contêm as raízes dos cabelos) são retiradas da área doadora (geralmente região da nuca e lateral do couro cabeludo) e posteriormente são posicionadas na região que precisa ser tratada.

Essa remoção pode ser feita pela técnica FUT, que consiste na retirada de uma faixa de cabelo da área doadora com posterior fechamento com pontos cirúrgicos ou pela técnica FUE, que se caracteriza pela remoção, uma a uma, das unidades foliculares da região doadora, sem a necessidade de cortes.

Clique aqui e saiba mais sobre a técnica FUE de transplante capilar.

Sobre o transplante capilar em mulheres, é importante que você saiba que a técnica é a mesma utilizada nos homens. No entanto, na calvície feminina pode ocorrer um afinamento dos fios da região doadora, o que pode comprometer o resultado do transplante. Por isso, uma avaliação detalhada da área doadora é fundamental para a programação cirúrgica.

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Dr. Paulo Müller Ramos

Dr. Paulo Müller Ramos

Dermatologista | CRM/PR: 21646 | RQE: 182

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